
Porto Velho RO - A proposta de taxar as exportações brasileiras de carne bovina para os EUA em 50% (como mencionada em discussões sobre políticas do governo Trump) não tornaria a carne mais barata no Brasil automaticamente. Na verdade, poderia ter efeitos mistos, com tendência de pressão para baixar preços internos, mas dependendo de outros fatores. Entenda:
1. Redução das Exportações para os EUA:
- Se os EUA impuserem uma taxa de 50% sobre a carne brasileira, nossa exportação para lá cairia significativamente (a carne ficaria mais cara para os americanos).
- Isso aumentaria a oferta de carne no mercado interno brasileiro, já que parte da produção que iria para os EUA ficaria disponível aqui.
2. Possível Queda de Preços no Brasil:
- Com mais carne disponível no mercado doméstico (oferta maior) e sem aumento imediato da demanda interna, haveria tendência de redução de preços.
- Frigoríficos poderiam buscar vender localmente o excedente não exportado, o que geraria competição e possivelmente preços mais baixos.
3. Mas Atenção aos Contrapontos:
- Custos de Produção: Se os custos (como ração, combustível, logística) continuarem altos, os produtores podem resistir a baixar preços.
- Outros Mercados: O Brasil poderia redirecionar as exportações para outros países (ex: China, Ásia), mantendo a pressão sobre a oferta interna.
- Ajuste da Produção: Se os preços caírem muito, pecuaristas podem reduzir o abate (diminuindo a oferta futura), estabilizando os preços.
- Valor do Dólar: Se a taxa desvalorizar o Real, as exportações para outros mercados ficam mais atraentes, reduzindo o excedente interno.
4. Efeito Líquido Provável:
- Curto Prazo: Possível queda moderada nos preços da carne no Brasil devido ao excesso de oferta.
- Longo Prazo: O mercado se reequilibra. Se o Brasil encontrar novos compradores, o preço interno pode voltar a subir.
Resumo:
Sim, a carne poderia ficar mais barata no Brasil temporariamente se a taxação nos EUA gerar um excedente significativo no mercado interno, mas isso não é garantido. Fatores como custos de produção, capacidade de redirecionar exportações e políticas domésticas teriam papel crucial.
Fontes: Análises do Cepea/Esalq, MB Agro, e estudos de impacto de barreiras comerciais no agronegócio (2020-2023).*