
Cacoal RO - Em entrevista concedida nesta semana, o professor, advogado e cientista político Samuel Costa (REDE/RO), analisou o futuro político do senador Marcos Rogério (PL/RO) diante do novo cenário que se desenha com a prisão de Jair Bolsonaro (PL). Para Costa, a base bolsonarista, que sempre serviu como combustível para a ascensão de Rogério, entrará em crise, obrigando o parlamentar a rever seus planos para 2026.
“Marcos Rogério se alimenta do espantalho do Bolsonaro. Com a prisão, ele perde a narrativa que sustentava seu discurso. A extrema-direita e a própria direita em Rondônia vão rifá-lo”, avaliou.
Segundo Costa, o senador entrou em uma verdadeira “sinuca de bico”:
Se disputar o Governo de Rondônia, perde com toda certeza;
Se tentar a reeleição ao Senado, corre risco de terminar em 3º lugar ou em 4º lugar.
O cientista político cita nomes fortes que dividirão o mesmo eleitorado bolsonarista e conservador: Marcos Rocha (UB), Fernando Máximo (sem partido) e Silvia Cristina (Progressistas). “Não vai ter votos para todo mundo na direita e extrema-direita. E nesse embate, Rogério sai enfraquecido. Quem ganha na briga é Confúcio Moura (MDB), que já larga com cerca de 25% dos votos e deve garantir a primeira ou a segunda vaga ao Senado em 2026”, explicou.
Samuel Costa destacou ainda que, paradoxalmente, a derrota de Marcos Rogério não virá da esquerda, mas de dentro da própria direita radical. “A extrema-direita vai derrotar Rogério, e os culpados têm nome e sobrenome: Silvia Cristina e Fernando Máximo”, afirmou.
Para ele, a alternativa de sobrevivência política para Rogério será um recuo estratégico: disputar mandato de deputado federal ou até mesmo estadual, evitando o risco de ficar sem cargo eletivo. “O pitbull do Bolsonaro vai ficar desdentado. Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”, ironizou Costa.
O analista concluiu dizendo que o governador Marcos Rocha, por representar uma direita mais moderada, tende a herdar votos do centro e até da centro-esquerda como “segundo voto” para o Senado, consolidando sua posição no tabuleiro eleitoral.