O adolescente começou a cometer crimes aos 13 anos e, segundo a Polícia Civil de SP, participou de mais de 40 invasões só nos últimos meses. Ele foi apreendido em junho.

Porto Velho, RO - Um adolescente de 17 anos foi apreendido em junho após invadir ao menos 40 condomínios de luxo, segundo a Polícia Civil de São Paulo. Ele usava roupas de marca, fones de ouvido e tinha uma postura tranquila para se passar por morador dos locais.
Em alguns casos, disfarçava-se com perucas ou símbolos religiosos. O prejuízo estimado dos furtos passa de R$ 30 milhões.
Como ele agia
As câmeras de segurança mostram que o jovem entrava nos prédios com naturalidade, muitas vezes sem levantar suspeitas. Ele se aproximava dos portões com postura confiante e se aproveitava de momentos de distração para se infiltrar nos edifícios.
Em várias ocasiões, esperava um morador abrir o portão e entrava em seguida, fingindo ser um vizinho. Também usava fones de ouvido, roupas de grife e mochilas caras para reforçar a imagem de um jovem de classe alta.
"Boa aparência, bem desinibido, com fones de ouvido, aparentemente inofensivo. Já vem até o jeito de andar. Ele agia como se fosse um garoto rico", afirmou o delegado Fábio Sanchez Sandrin.
Em alguns casos, ele acenava para a portaria como se fosse conhecido dos funcionários. Quando era abordado, inventava histórias, dizia ser neto de algum morador e até ameaçava os porteiros.
"Ele falava: 'Vou mandar meu pai te mandar embora, você não me conhece?'. Ele tem boa lábia, acaba sendo persistente e incisivo na conversa. Muitos funcionários acabam se retraindo e cedem", disse o delegado.
Além da entrada, o adolescente demonstrava conhecer detalhes dos condomínios e agia de forma organizada. Sabia onde procurar os objetos de valor e, segundo testemunhas, era seletivo: levava joias, dinheiro vivo e relógios de grife, deixando para trás itens eletrônicos e objetos maiores.
Ele também usava peruca ou quipá para se disfarçar. Em um dos roubos, ele chegou a usar nome e parentesco falsos para tentar entrar no prédio onde mora Fábio Wajngarten, o ex-assessor e ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL). Não conseguiu.
Modos de atuação
O adolescente utilizava diferentes estratégias para entrar nos prédios:
Aproveitava portões abertos por moradores;
Tocava o interfone e se dizia visitante ou parente de moradores;
Acenava para porteiros para parecer familiar;
Usava perucas, quipás e outros disfarces para não levantar suspeitas;
Em alguns casos, chegou a ameaçar funcionários.
Na maioria das ações, agia sozinho, mas em algumas contava com o apoio de comparsas. Os itens furtados incluíam bolsas, joias, relógios, dólares, euros e cofres com dinheiro em espécie.
Atuação em diferentes estados
De acordo com as investigações, o adolescente viajou para diferentes regiões do país para cometer os crimes. As ações foram registradas em ao menos seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. Em cada local, ele usava táticas semelhantes para acessar os condomínios e furtar bens de alto valor.
"No começo do ano, ele viajou para outras cidades para roubar. Em Foz do Iguaçu, levou R$ 6 milhões em dinheiro e joias", diz a polícia.
As imagens obtidas pela investigação mostram que ele também atuou em bairros nobres da capital fluminense e em cidades do interior paulista. A quadrilha da qual ele fazia parte era baseada em São Paulo, mas se deslocava com frequência para realizar os furtos em outras regiões.
Roubos milionários
Entre os crimes registrados estão:
Furto de R$ 6 milhões em joias e dinheiro em Foz do Iguaçu (PR);
Roubo de três relógios, um anel de diamantes e US$ 1 mil em espécie em São Paulo;
Furto de cofres com US$ 30 mil e € 10 mil (cerca de R$ 200 mil) em apartamento no Jardim Paulista.
"Eles sabiam exatamente o que queriam. Meus pais transformaram a cozinha num bunker depois do roubo", disse o filho de uma das vítimas.
Histórico desde a infância
A polícia aponta que o jovem comete crimes desde os 13 anos. Aos 14, foi apreendido após arrombar o cofre de um apartamento da médica Ludhmila Hajjar e furtar joias e relógios avaliados em R$ 3 milhões. Depois, foi detido em um jantar com amigos no Guarujá. Cumpriu um ano e nove meses na Fundação Casa e voltou a agir após ser solto.
Nos últimos meses, invadiu dezenas de prédios em São Paulo, principalmente no Centro expandido e em bairros nobres. Segundo os investigadores, usava engenharia social para enganar porteiros e acessar os imóveis.
Prisão e rotina de luxo
O adolescente foi apreendido em 17 de junho. Morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo durante os crimes. Segundo a polícia, parte do dinheiro era repassada a interceptadores que ajudavam no escoamento dos itens roubados.
"A boa aparência acaba facilitando. Ele não tem 'cara de bandido'", disse o delegado Fábio Sandrin."Com a apreensão dele, acreditamos que ficará internado até completar 21 anos."
Como evitar esse tipo de crime
Especialistas em segurança afirmam que medidas simples ajudam a prevenir invasões:
Evitar dar passagem a estranhos nos portões;
Treinar porteiros para seguir os procedimentos corretamente;
Dar respaldo ao funcionário que barra suspeitos;
Reforçar a comunicação entre síndico, portaria e moradores;
Investir em tecnologia e sistemas de controle de acesso.
"Os moradores tomam carteirada o tempo todo. A famosa 'carona' é um problema real. É preciso seguir os procedimentos", diz o advogado Márcio Rachkorsky, especialista em condomínios.
Fonte: G1
Em alguns casos, disfarçava-se com perucas ou símbolos religiosos. O prejuízo estimado dos furtos passa de R$ 30 milhões.
Como ele agia
As câmeras de segurança mostram que o jovem entrava nos prédios com naturalidade, muitas vezes sem levantar suspeitas. Ele se aproximava dos portões com postura confiante e se aproveitava de momentos de distração para se infiltrar nos edifícios.
Em várias ocasiões, esperava um morador abrir o portão e entrava em seguida, fingindo ser um vizinho. Também usava fones de ouvido, roupas de grife e mochilas caras para reforçar a imagem de um jovem de classe alta.
"Boa aparência, bem desinibido, com fones de ouvido, aparentemente inofensivo. Já vem até o jeito de andar. Ele agia como se fosse um garoto rico", afirmou o delegado Fábio Sanchez Sandrin.
Em alguns casos, ele acenava para a portaria como se fosse conhecido dos funcionários. Quando era abordado, inventava histórias, dizia ser neto de algum morador e até ameaçava os porteiros.
"Ele falava: 'Vou mandar meu pai te mandar embora, você não me conhece?'. Ele tem boa lábia, acaba sendo persistente e incisivo na conversa. Muitos funcionários acabam se retraindo e cedem", disse o delegado.
Além da entrada, o adolescente demonstrava conhecer detalhes dos condomínios e agia de forma organizada. Sabia onde procurar os objetos de valor e, segundo testemunhas, era seletivo: levava joias, dinheiro vivo e relógios de grife, deixando para trás itens eletrônicos e objetos maiores.
Ele também usava peruca ou quipá para se disfarçar. Em um dos roubos, ele chegou a usar nome e parentesco falsos para tentar entrar no prédio onde mora Fábio Wajngarten, o ex-assessor e ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL). Não conseguiu.
Modos de atuação
O adolescente utilizava diferentes estratégias para entrar nos prédios:
Aproveitava portões abertos por moradores;
Tocava o interfone e se dizia visitante ou parente de moradores;
Acenava para porteiros para parecer familiar;
Usava perucas, quipás e outros disfarces para não levantar suspeitas;
Em alguns casos, chegou a ameaçar funcionários.
Na maioria das ações, agia sozinho, mas em algumas contava com o apoio de comparsas. Os itens furtados incluíam bolsas, joias, relógios, dólares, euros e cofres com dinheiro em espécie.
Atuação em diferentes estados
De acordo com as investigações, o adolescente viajou para diferentes regiões do país para cometer os crimes. As ações foram registradas em ao menos seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. Em cada local, ele usava táticas semelhantes para acessar os condomínios e furtar bens de alto valor.
"No começo do ano, ele viajou para outras cidades para roubar. Em Foz do Iguaçu, levou R$ 6 milhões em dinheiro e joias", diz a polícia.
As imagens obtidas pela investigação mostram que ele também atuou em bairros nobres da capital fluminense e em cidades do interior paulista. A quadrilha da qual ele fazia parte era baseada em São Paulo, mas se deslocava com frequência para realizar os furtos em outras regiões.
Roubos milionários
Entre os crimes registrados estão:
Furto de R$ 6 milhões em joias e dinheiro em Foz do Iguaçu (PR);
Roubo de três relógios, um anel de diamantes e US$ 1 mil em espécie em São Paulo;
Furto de cofres com US$ 30 mil e € 10 mil (cerca de R$ 200 mil) em apartamento no Jardim Paulista.
"Eles sabiam exatamente o que queriam. Meus pais transformaram a cozinha num bunker depois do roubo", disse o filho de uma das vítimas.
Histórico desde a infância
A polícia aponta que o jovem comete crimes desde os 13 anos. Aos 14, foi apreendido após arrombar o cofre de um apartamento da médica Ludhmila Hajjar e furtar joias e relógios avaliados em R$ 3 milhões. Depois, foi detido em um jantar com amigos no Guarujá. Cumpriu um ano e nove meses na Fundação Casa e voltou a agir após ser solto.
Nos últimos meses, invadiu dezenas de prédios em São Paulo, principalmente no Centro expandido e em bairros nobres. Segundo os investigadores, usava engenharia social para enganar porteiros e acessar os imóveis.
Prisão e rotina de luxo
O adolescente foi apreendido em 17 de junho. Morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo durante os crimes. Segundo a polícia, parte do dinheiro era repassada a interceptadores que ajudavam no escoamento dos itens roubados.
"A boa aparência acaba facilitando. Ele não tem 'cara de bandido'", disse o delegado Fábio Sandrin."Com a apreensão dele, acreditamos que ficará internado até completar 21 anos."
Como evitar esse tipo de crime
Especialistas em segurança afirmam que medidas simples ajudam a prevenir invasões:
Evitar dar passagem a estranhos nos portões;
Treinar porteiros para seguir os procedimentos corretamente;
Dar respaldo ao funcionário que barra suspeitos;
Reforçar a comunicação entre síndico, portaria e moradores;
Investir em tecnologia e sistemas de controle de acesso.
"Os moradores tomam carteirada o tempo todo. A famosa 'carona' é um problema real. É preciso seguir os procedimentos", diz o advogado Márcio Rachkorsky, especialista em condomínios.
Fonte: G1