
Por Sílvio Ribas.
Por Ana Carolina Curvello
Porto Velho, RO - Protestos de apoiadores e aliados de Jair Bolsonaro (PL) são esperados nas ruas nos atos de 7 de Setembro, com expectativa de grande mobilização nacional no próximo domingo. Além disso, os votos dos cinco integrantes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente serão acompanhados de perto também por líderes internacionais — em especial o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça ampliar punições ao Brasil.
A junção de pressões do exterior e da população nas ruas pelo país nutre a esperança da oposição por uma suspensão do julgamento ou absolvição de Bolsonaro.
O julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado começa nesta terça-feira (2), no STF, já marcado pelo estigma de uma condenação antecipada e com viés político.
Em suas redes sociais e em entrevistas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem alertado nos últimos dias para o risco de Trump adotar severas e imediatas sanções contra os ministros da Corte que votarem pela condenação de seu pai. "Não se trata de ameaças, só aviso, a exemplo da sanção contra Moraes", disse.
Bolsonaro segue em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e cerco policial. A medida tomada por Moraes foi justificada por descumprimento de restrições anteriores. O juiz ainda determinou vigilância permanente dentro do condomínio do ex-presidente, diante de alegado risco de fuga.
Juristas criticam o julgamento de Bolsonaro por desrespeito ao devido processo legal, aceleração atípica e cerceamento da defesa. Eles destacam impedimentos não declarados de juízes, a escolha da Primeira Turma em vez do plenário e ainda o esforço para não deixar o veredicto ir para 2026.
“Os votos estão prontos e o caso, julgado. As falas dos defensores serão só mera formalidade”, diz Jeffrey Chiquini, advogado do réu Filipe Martins. Ele acredita que a única chance de novo rumo está em eventual voto divergente de Luiz Fux, pedindo para levar o julgamento ao plenário dos 11 ministros.
Já Juan Carlos Arruda, diretor-geral do Ranking dos Políticos, avalia que Bolsonaro está diante de seu momento mais complicado, no qual o cerco judicial e policial se fecha para inaugurar nova fase na sua trajetória política. “Para a oposição, cresce a expectativa do anúncio de apoio ao seu sucessor”, disse.
Trump é a aposta contra o STF em julgamento de Bolsonaro
Porto Velho, RO - Protestos de apoiadores e aliados de Jair Bolsonaro (PL) são esperados nas ruas nos atos de 7 de Setembro, com expectativa de grande mobilização nacional no próximo domingo. Além disso, os votos dos cinco integrantes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente serão acompanhados de perto também por líderes internacionais — em especial o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaça ampliar punições ao Brasil.
A junção de pressões do exterior e da população nas ruas pelo país nutre a esperança da oposição por uma suspensão do julgamento ou absolvição de Bolsonaro.
O julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado começa nesta terça-feira (2), no STF, já marcado pelo estigma de uma condenação antecipada e com viés político.
Em suas redes sociais e em entrevistas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem alertado nos últimos dias para o risco de Trump adotar severas e imediatas sanções contra os ministros da Corte que votarem pela condenação de seu pai. "Não se trata de ameaças, só aviso, a exemplo da sanção contra Moraes", disse.
Bolsonaro segue em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e cerco policial. A medida tomada por Moraes foi justificada por descumprimento de restrições anteriores. O juiz ainda determinou vigilância permanente dentro do condomínio do ex-presidente, diante de alegado risco de fuga.
Juristas criticam o julgamento de Bolsonaro por desrespeito ao devido processo legal, aceleração atípica e cerceamento da defesa. Eles destacam impedimentos não declarados de juízes, a escolha da Primeira Turma em vez do plenário e ainda o esforço para não deixar o veredicto ir para 2026.
“Os votos estão prontos e o caso, julgado. As falas dos defensores serão só mera formalidade”, diz Jeffrey Chiquini, advogado do réu Filipe Martins. Ele acredita que a única chance de novo rumo está em eventual voto divergente de Luiz Fux, pedindo para levar o julgamento ao plenário dos 11 ministros.
Já Juan Carlos Arruda, diretor-geral do Ranking dos Políticos, avalia que Bolsonaro está diante de seu momento mais complicado, no qual o cerco judicial e policial se fecha para inaugurar nova fase na sua trajetória política. “Para a oposição, cresce a expectativa do anúncio de apoio ao seu sucessor”, disse.
Trump é a aposta contra o STF em julgamento de Bolsonaro

Julgamento de Bolsonaro no STF mobiliza mega esquema de segurança com drones e vistoria
Para especialista, julgamento de Bolsonaro lançará país em incertezas
O cientista político Leonardo Barreto, da Think Policy, avalia que, embora o desfecho do julgamento de Bolsonaro seja previsível, seus efeitos políticos são incertos. Ele prevê o despertar de reações em cadeia, com novos impasses institucionais surgindo e articulações para as eleições de 2026.
A maior pressão recai, acredita ele, sobre o STF, alvo da polarização, diante das críticas à atuação de Moraes e do risco de novas sanções dos EUA. “Caso isso ocorra, Lula terá de socorrer ministros atingidos e retaliar Washington, por meio de medidas diplomáticas e econômicas, com impacto no setor financeiro”, diz.
Em clima de campanha, o Palácio do Planalto deve reforçar o discurso de soberania. “A narrativa opõe Bolsonaro, que teria recorrido a um governo estrangeiro, e Lula, apresentado como defensor da independência nacional. Isso mantém o ex-presidente no jogo político, mesmo preso, e afeta 2026”.
O Congresso será puxado para o embate: uma parte apoiará o governo na reação às sanções, outra parte pode articular a anistia e denunciar parcialidade do STF. “O julgamento tende a elevar o estresse institucional, forçando alinhamentos políticos e dando a Lula munição para deslegitimar opositores”, observa.
Aliados de Bolsonaro convocam atos para 7 de Setembro em meio a julgamento no STF
Parlamentares da oposição ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro intensificaram as convocações para manifestações de 7 de Setembro. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) convocou apoiadores a ocuparem as ruas. “Vai ser gigante”, publicou o parlamentar no X. O apelo foi reforçado por outros nomes de destaque da direita, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
Na manhã desta terça-feira (2), deputados da oposição se reúnem na residência do líder da bancada, Luciano Zucco (PL-RS), para alinhar estratégias diante do julgamento no STF. O encontro deve definir como os parlamentares acompanharão as sessões e quais medidas políticas adotarão nos próximos dias.
As convocações para os atos circulam nas redes sociais desde agosto, com instruções de concentração em capitais como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Figuras como o senador Magno Malta (PL-ES) e o pastor Silas Malafaia também têm usado as redes sociais para reforçar a mobilização. Malta afirmou que há uma tentativa de criar medo em torno das manifestações. “O verdadeiro perigo está em ficar calado enquanto tentam amedrontar um povo inteiro”, disse. Já Malafaia classificou o 7 de Setembro como um “dia de coragem e liberdade” e pediu a presença maciça nas ruas.
Além deles, o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) criticou o STF e também fez a convocação para os atos. "Ficar calado diante de tantos abusos cometidos por ministros do STF é concordar com tudo o que eles vêm fazendo. Por isso, no domingo, dia 7/9, vamos às ruas bradar fora Moraes! Fora Lula! Anistia Já!", comentou.
Dúvida sobre onde Bolsonaro cumprirá pena indica veredicto antecipado
Aliados e rivais de Bolsonaro, além de órgãos de imprensa e analistas, já consideram certa a sua condenação a pena severa, em razão de sinais dados por Moraes. Uma prova de que há convicção generalizada disso é o crescente debate nos últimos dias sobre onde o ex-presidente ficará preso.
Entre as discussões de bastidores, ganhou força a avaliação de que, em caso de condenação, Bolsonaro deverá cumprir sua pena em cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A opção de ele ser levado para um endereço militar teria sido já descartada por Moraes.
Na sede da Polícia Federal existe uma sala cogitada para abrigar Bolsonaro em caso de prisão preventiva. O espaço, porém, só poderia ser usado antes do julgamento. Em caso de condenação, a alternativa considerada seria a prisão domiciliar. Ainda há rumores de que, a exemplo do ex-presidente Fernando Collor, Bolsonaro possa cumprir pena inicialmente em casa.
Governo Trump convida Eduardo e Figueiredo a assistirem na Casa Branca o julgamento
O governo Trump convidou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo a assistirem na Casa Branca o julgamento de Jair Bolsonaro, seja para atualizar Washington dos desdobramentos dos fatos, seja para articular mais duras reações americanas às decisões do STF.
Dentro do governo cresce o receio de novas taxações dos EUA ao comércio com o Brasil e de novas sanções americanas contra ministros do STF. O julgamento de Bolsonaro está presente desde o início da tensão bilateral em torno do tarifaço anunciado em julho. As negociações não tiveram avanços.
Já os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro promoveram neste domingo (31), em Brasília, carreata, concentração e oração coletiva na frente do condomínio em que ele cumpre prisão domiciliar. O protesto é um aceno para a mobilização por protestos em todo o país no próximo domingo