Alinhado com Lula até no STF: Confúcio Moura vota com governo e desafia Rondônia


Porto Velho RO, 6 de Agosto de 2025 – O posicionamento do senador Confúcio Moura (MDB-RO) diante do recente pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes reforçou seu perfil político distinto no cenário rondoniense e nacional. Confucio Moura foi o único senador do estado a não assinar o documento, liderado pela ala conservadora do Congresso, que acusa Moraes de "ativismo judicial".

Enquanto seus colegas de estado, os senadores Marcos Rogério (PL) e Jaime Bagattoli (PL), justificaram suas assinaturas alegando suposto desrespeito à Constituição por parte do ministro, Confúcio Moura optou pelo silêncio público sobre seus motivos. A decisão, porém, não surpreendeu observadores, sendo vista como mais um capítulo em seu histórico de moderação e defesa do equilíbrio entre os Poderes, conforme destacou sua passagem pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Além da Moderação: Alinhamento com a Esquerda e o Governo Lula a postura de Confúcio Moura neste episódio específico vai ao encontro de um padrão de votações mais amplo. Análises de votações-chave no Senado desde o início do governo Lula apontam que Confúcio Moura tem sido um aliado frequente da base governista, composta majoritariamente por partidos de esquerda e centro-esquerda. Seu voto tem sido decisivo em pautas econômicas, sociais e na defesa de políticas do Planalto, configurando-se como um apoio relevante dentro do MDB, partido conhecido por sua heterogeneidade.

Perfil Singular em Rondônia

O cenário político de Rondônia no Senado é marcadamente conservador, com os outros dois representantes filiados ao PL. Nesse contexto, Confúcio Moura emerge como uma figura atípica e moderada. Seu distanciamento da iniciativa de impeachment contra Moraes, somado ao seu histórico de votações, solidifica sua imagem como um parlamentar menos alinhado à direita que predomina na bancada do estado e mais próximo das posições do governo federal e de setores da esquerda.

Dificuldades do Impeachment e Posicionamento Estratégico

Embora o pedido de impeachment contra Moraes tenha ganhado assinaturas, sua tramitação é considerada complexa e de futuro incerto, dependendo exclusivamente da admissibilidade pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A posição cautelosa de Confúcio Moura, evitando embarcar em uma iniciativa de difícil prosperidade e alta carga ideológica, pode ser interpretada não apenas como moderação, mas também como um alinhamento estratégico com o núcleo do governo Lula, que rejeita veementemente o ataque ao ministro do STF.

A recusa em assinar o impeachment contra Moraes serviu como um atestado público do perfil político do senador Confúcio Moura. Mais do que um moderado, seu histórico recente de votações o coloca como um apoio consistente do governo Lula e das posições defendidas pela esquerda no Senado. Em um estado com forte representação conservadora, Moura consolida-se como uma voz dissonante e um ator chave para a base governista na casa legislativa. Sua trajetória continua a ser observada com atenção, dada sua influência e seu posicionamento singular na política nacional e regional.


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