
Porto Velho, RO - Pela segunda vez em dois meses o ex-presidente Jair Bolsonaro unge o desconhecido pecuarista rondoniense, Bruno Scheid (PL), como seu provável candidato a senador em 2026. Pelas mídias sociais Bolsonaro anunciou ao lado do ungido a vinda a Rondônia para a visita em vários municípios, em julho, quando reafirmará a candidatura de Scheid a senador pelo PL. Isto significa que a chapa majoritária do PL deverá ser composta com Marcos Rogério (governador) e Bruno Scheid (senador).
CONGESTIONADO
Como o Bolsonarismo é forte politicamente em Rondônia, a candidatura de Bruno Scheid passa a ser um problema enorme para os nomes atualmente especulados às duas vagas senatoriais, especialmente para o campo da direita que tem cinco pretendentes às vagas. Quem mais se prejudica neste cenário são o governador Marcos Rocha e a deputada federal jiparanaense Silvia Cristina; o primeiro porque deixa de ser a opção prioritária para a bolha dos extremistas, a segunda, porque pode ser surpreendida na própria casa uma vez que Bruno Scheid reside no mesmo colégio eleitoral (Ji-Paraná). Quem assiste de camarote esse congestionamento é Confúcio Moura (MDB), de olho na segunda vaga.
PULVERIZAÇÃO
A quantidade múltipla de candidatos que professam ser de direita, inevitavelmente impactará na pulverização dos votos. E Scheid ainda desconhecido da maioria dos eleitores pode surpreender pelas mãos de Jair Bolsonaro já que Rondônia é pródiga em eleger senadores azarões. Foi assim com Claudionor Roriz, Galvão Modesto, Ernandes Amorim, Amir Lando e recentemente Jaime Bagattoli.
REFLEXOS
O cenário acima descrito também reflete nas demais legendas, visto que a federação PP/União Brasil e PSD aguardam as definições do PL para avaliar as próprias chapas majoritárias. Na federação temos os deputados federais Fernando Máximo e Silvia Cristina, além do governador Marcos Rocha, pretendentes às vagas senatoriais. Como só há duas vagas, um deles será de plano rifado. E bem antes das convenções.
ENCURRALADO
O PSD poderá ser o caminho mais ameno para o ex-prefeito da capital Hildon Chaves se filiar porque seu atual partido PSDB caminha para se federar com o Podemos e, caso se concretize, não haverá espaço para ele devido às desavenças com o atual prefeito Léo Moraes. É óbvio que Léo é um cabo eleitoral cobiçado por todos e a nova federação tende a ficar sob o seu domínio. Mesmo optando pelo PSD, reatando os laços políticos com Expedito Junior, não significa que Hildon Chaves terá a garantia de uma vaga na chapa majoritária, embora tenha uma boa capilaridade eleitoral na capital.
RESISTÊNCIAS
O prefeito Fúria (Cacoal) é hoje o nome mais promissor, mais leve e mais conhecido do PSD ao Governo de Rondônia, e as primeiras pesquisas apontam nessa direção. Sobraria naturalmente na chapa a vaga senatorial para o ex-prefeito da capital, mas em razão da capacidade beligerante e das encrencas jurídicas que Hildon Chaves começa a enfrentar, surgem no PSD resistências do seu ingresso ao partido.
REVOADA
Há também resistências numa eventual filiação da deputada estadual Ieda Chaves ao PSD, advinda da base de filiados que estão se habilitando para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. A justificativa para barrar a esposa do ex-prefeito da capital tem a ver com a capacidade de votos que pode alcançar o que provocaria uma revoada de alguns filiados que sonham por uma vaga no Parlamento Estadual pelo PSD.
AMBIGUIDADE
É uma avaliação tosca da eleição dos membros do PSD que se opõem a filiação da deputada, visto que cada vez mais votos uma legenda alcançar mais vagas são destinadas na composição do parlamento. A capilaridade da deputada estadual Ieda Chaves ajuda muito mais do que atrapalha, especialmente numa disputa contra uma federação poderosa formada pelo União Brasil e PP que em tese tende a conquistar mais cadeiras.
CONSPIRAÇÃO
Uma fonte da Câmara Municipal de Porto Velho revelou à coluna que existe um foco de conspiração contra a administração municipal, articulado por alguns vereadores para produzir cortes de filmagens a serem postadas nas plataformas digitais com o objetivo de desgastar o prefeito Léo Moraes. Para isso, comparecem em repartições públicas, principalmente nos finais de semana, visando criar o maior quiproquó, como ocorreu numa unidade básica de saúde no último sábado. A conspiração é capitaneada pelos vereadores Fernando Silva, Nilton Souza e o Dr. Santana. Três edis conhecidos pela ligação umbilical com o ex-prefeito e que não raro atiçam reações ácidas contra o atual prefeito.
REAÇÃO
É preciso que Léo Moraes não caia na cilada articulada para tentar desgastar sua administração uma vez que não disputa cargos em 2026, tendo tempo suficiente para colocar em execução as suas principais propostas de campanha. Bem diferente dos vereadores, prováveis candidatos nas eleições vindouras, e que farão de tudo para atrapalhar a gestão e fustigar a ira do prefeito. Além de criar factóides para alimentar uma rede de Fake News.
FARSA
Para Léo Moraes, a boa reação é denunciar a farsa política e continuar trabalhando com afinco para resolver problemas estruturais que se avolumaram nos últimos anos, a exemplo das alagações. Coragem para enfrentar os desafios não falta ao prefeito, que, aliás, emula cada etapa superando as dificuldades . A vitória espetacular no ano passado é uma excelente ilustração.
RODOVIÁRIA
Mais uma bomba que Léo terá que desarmar é a concessão que a municipalidade fez com uma empresa privada para a exploração dos serviços da rodoviária. O problema está circunscrito numa decisão prolatada pelo Tribunal de Contas Estadual que proibia a prorrogação da concessão, mas numa manobra política e a despeito do que foi decidido, a administração municipal encaminhou no ano de 2023 um projeto de lei à Câmara dos Vereadores requerendo autorização para que pudesse renová-la. E assim foi feito. Atualmente a concessão da rodoviária está sub Júdice aguardando o julgamento de um pedido de reconsideração feito ainda pela gestão Hildon Chaves.
MOTIVAÇÃO
A regra é a não prorrogaçao, no entanto, é possível que contratos dessa natureza sejam prorrogados desde que a municipalidade demonstre a motivação do ato e que a decisão seja vantajosa para a administração pública. Quem acessa o processo percebe de pronto a fragilidade que fundamenta o ato jurídico que a prorrogou e que está supostamente em desacordo com julgados. Não obstante os problemas de ordem jurídica, a coluna apurou que a concessionária está em rota de colisão constante com os lojistas. Ademais, a taxa de embarque estabelecida pela empresa está acima dos padrões se comparada a outras concessões de características idênticas. São obstáculos que a atual administração têm que sanar em razão das consequências delas derivadas.
ARMAÇÃO
Embora a coluna concorde com Mario Angelino Moreira de que a audiência pública convocada por nossa bancada federal para debater a privatização da BR 364, ocorrida anteontem em Ji-Paraná, seja tardia, não caiu muito bem para o governador Marcos Rocha a fala agressiva dirigida pelo cidadão diretamente ao senador Marcos Rogério. É que o cidadão, protagonsita da confusão, conhecido popularmente como Jabá, é supostamente um servidor comissionado do governo e, ao que parece, foi ao evento por orientação superior, em que o governo se ausentou, exatamente para tumultuar e atacar o senador, desafeto do governador. Uma armação não passou despercebida por quem compareceu ao evento. Alcançou o barulho planejado, embora uma farsa.
JABÁ
Dizem que o “jabá” percebido mensalmente por Moreira tenha sido a motivação real de tanta agressividade, apesar da audiência ser extemporâneo e sem utilidade concreta. Ontem, na capital, o suposto assessor foi visto entrando no Palácio Rio Madeira. Usar este artífico para esse tipo de ação política pode caracterizar suposta ilegalidade, uma vez que a coluna apurou que um outro protesto (show) está programado para ocorrer.
CONSTRANGIMENTO
Como cidadão Jabá pode se manifestar da forma que quiser, mas não às expensas do erário e em horário que deveria estar desempenhando suas funções de servidor público. Ele alega que requereu a exoneração dois dias antes da baderna, situação que a coluna não conseguiu confirmar, ainda assim sua fala foi meticulosamente articulada para constrager o senador que é publicamente desafeto do governador. As eleições estão marcadas para 2026, no entanto, o pau começou a cantar neste ano. O coronel está preparado para ir à guerra.
PODCAST
Amanhã, no Podcast Resenha Política, o deputado estadual Delegado Camargo é o nosso estrevistado. Durante trinta e cinco minutos Camargo fala da sua trajetória profissional, projetos parlamentares e planos maiores para as eleições 2026. Na terça (27), entrevistaremos o Diretor da Caerd Lauro Fernandes que, diferente do que falam por aí, garante que a Caerd é viável e apta para tocar as obras de saneamento nos municípios. Para surpresa do entrevistador (que não o conhecia), é de longe um dos mais competente e operante colaborador do governador Marcos Rocha. Vale a pena conferir.
EPÍLOGO
Último ano de governo para quem está na administração do segundo mandato sempre é difícil em razão do deslocamento das atenções políticas para o próximo que se elege. Estamos há um ano e meio das eleições e começam a pipocar crítica diretas ao governador Marcos Rocha. A base governamental começou a ruir por dentro desde que a briga intestinal das vaidades expurgou das suas hóstes Junior Gonçaves e, por tabela, abriu fissuras com o vice-governador Sérgio Gonçalves, sucessor imeditado de Marcos Rocha. Este é um filme que é conhecido e o seu epílogo está sendo antecipado um ano antes.
REGISTRO
É uma grata satisfação para qualquer jornalista empenhado em abordar os temas mais variados que afetam a humanidade, a exemplo dos impactos ambientais, assistir uma autoridade com a capacidade intelectual do desembargador Marcos Alaor ler alguns trechos da coluna Resenha Política, num evento exatamente sobre o agronegócio. Foi o que ocorreu na semana passada quando alertamos para os problemas climáticos e para uma minoria de produtores rurais que insistem em utilizar técnicas ultrapassadas na agricultura e na pecuária que impactam no meio ambiente. O registro do desembargador revela que estamos no caminho certo, embora seja um tema que incomoda os negacionistas e o pessoal chegado ao crime ambiental. A coluna agradece a generosidade do magistrado pela citação.
Fonte: Por Robson Oliveria