A Ignorância financeira e o ciclo da dívida

A Ignorância financeira e o ciclo da dívida



Porto Velho, RO - AntagonistaRO - Vivemos em um país onde a educação financeira ainda não é prioridade na formação dos cidadãos. Muitos brasileiros sofrem não apenas pela falta de recursos, mas, principalmente, pela falta de conhecimento sobre como administrar o dinheiro. A realidade nos mostra exemplos claros dessa situação: há pessoas que recebem rendimentos elevados e vivem endividados, enquanto outras, com rendimentos modestos, conseguem manter uma vida financeira equilibrada. Isso acontece porque só conseguimos enxergar aquilo que nossa cognição permite, e, quando se trata de dinheiro, a ignorância pode ser um grande fator de sofrimento.

A compulsão por gastar confortável sem planejamento está entre as principais causas do endividamento. Isso pode ocorrer por diversos motivos: influência do meio social, falta de disciplina, impulso emocional ou até mesmo a ausência de um planejamento financeiro adequado. No Brasil, o consumo muitas vezes está atrelado ao status e à busca por fácil, o que leva muitas pessoas a gastarem além do que podem para manter uma aparência de sucesso.

No entanto, a boa notícia é que essa realidade pode ser transformada com conhecimento e disciplina. A educação financeira deveria ser uma disciplina obrigatória desde a infância, pois permite que as pessoas entendam a importância do orçamento, do controle de gastos e do planejamento para o futuro. Além disso, evitar dívidas não é apenas uma questão econômica, mas também de saúde mental. O individualismo excessivo pode desencadear ou agravar transtornos psicológicos como ansiedade, depressão e insônia. A preocupação constante com contas a pagar gera estresse e pode impactar níveis de bem-estar e os relacionamentos.

Por isso, buscar entender o motivo da compulsão por gastar e aprender a administrar os próprios recursos são passos fundamentais para evitar o sofrimento causado pelas dívidas. Ao promover a educação financeira e o cultivo de hábitos saudáveis ​​de consumo, podemos reduzir significativamente o estresse e a tristeza que afetam milhões de brasileiros. Afinal, quando conseguimos controlar nossas finanças, conquistamos mais tranquilidade, estabilidade emocional e liberdade para realizar nossos sonhos.

Fonte: Samuel Costa é advogado, professor, jornalista e especialista em Ciência Política
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