O retorno da estatal às energias renováveis é um dos focos da gestão atual
Porto Velho, RO. A
direção da Petrobras deve levar nas próximas semanas ao conselho de
administração suas primeiras propostas de investimento em energias
renováveis, afirmou nesta terça-feira (7) o presidente da companhia,
Jean Paul Prates.
Segundo ele, as negociações com possíveis
parceiros já estão avançadas, com conversas sobre compra de participação
ou de projetos isolados. Os nomes dos parceiros, porém, não foram
revelados.
O retorno da estatal às energias renováveis é um dos
focos da gestão atual. Num primeiro momento, a ideia é entrar em
projetos de energia solar ou eólica em terra. A energia eólica no mar
ainda depende de regulamentação no país.
A empresa separou em
seu planejamento estratégico US$ 11,5 bilhões para investimentos de
baixo carbono, que incluem redução das emissões em suas operações atuais
e a retomada das atividades em renováveis.
A saída de projetos
de energia limpa foi decidida durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que
queria uma Petrobras mais enxuta e com foco na produção de petróleo do
pré-sal.
Prates afirmou que outras iniciativas da empresa nesse
sentido dependem de avanço na legislação. O Congresso está discutindo
leis que afetam os mercados de biocombustíveis e da geração de energia
no mar.
A estatal tem um projeto-piloto de eólica no mar, que será instalado no Rio Grande do Norte, mas ainda em pequena escala.
A
partir da aquisição dos primeiros projetos de geração solar ou eólica, a
Petrobras pretende integrá-los com iniciativas de produção de
hidrogênio, produto do qual a Petrobras é grande consumidora.
O
presidente da Petrobras afirmou ainda que a estatal quer se tornar uma
grande desenvolvedora de tecnologia para geração de energia renovável,
repetindo o caminho feito na exploração de petróleo em águas profundas.
Esta
semana, a empresa foi premiada na OTC (Offshore Technology Conference),
feira do setor que acontece anualmente em Houston, pelo projeto de
revitalização de campos antigos na bacia de Campos, cujo desenvolvimento
levou o país à liderança da exploração de petróleo em águas profundas.
Prates
chegou a sugerir a incorporação, pela Petrobras, do Cepel (Centro de
Pesquisas da Eletrobras), que fica perto de seu próprio centro de
pesquisa, o Cenpes, no Rio de Janeiro.
O Cepel foi retirado da
estrutura da Eletrobras após a aprovação da companhia elétrica e sofre
com falta de verbas e constantes mudanças no comando. Não há, no
entanto, nenhuma negociação em curso para a incorporação à Petrobras.
Fonte: Folhapress