Publicação do MTST foi considerada sacrilégio e ligada ao deputado Guilherme Boulos (Fotos: Reprodução X e Pablo Valadares Câmara dos Deputados)
Adversários do pré-candidato a prefeito de São Paulo apoiado pelo presidente Lula (PT) ligaram a publicação a Boulos e o acusaram de desrespeitar a fé cristã, com a charge que teria a intenção de “lacrar” com uma crítica à violência policial. Seu rival e candidato à reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) considerou a publicação um “sacrilégio”.
“Na sexta-feira Santa, ver uma postagem dessas é de cortar o coração. Um sacrilégio. Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”, escreveu o prefeito.
Uma das reações mais duras contra Boulos foi do senador piauiense e presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, que acusou o deputado de esquerda de ser “desequilibrado”.
“Usar a imagem de Jesus, em plena Páscoa, para compará-lo com um ‘bandido’ e, assim, reprovar as abordagens violentas que todos condenamos, não só é falta de respeito. Boulos prova que é um desequilibrado e São Paulo não pode cair nas mãos de um desequilibrado que não respeita sequer Jesus ou a fé alheia”, disse Ciro, que foi ministro-chefe da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O caso levou à quebra do silêncio presidente nacional do PL, que não publicava nada em seu perfil do X, há 22 dias: “O Líder do MTST usa o movimento para pregar Intolerância religiosa no dia mais triste para toda nação cristã [sic]”, escreveu, ao reproduzir a imagem.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) provocou: “Obrigado, MTST. Acabam de enterrar a candidatura de Boulos”.
A candidata do Novo à prefeitura de São Paulo, Marina Helena questionou: “Como épossível alguém cogitar que esse rapaz seja prefeito de São Paulo?”.
Boulos não se posicionou sobre o caso, até a última atualização desta matéria.
‘Está na Bíblia’
Mas o MTST atribuiu os ataques à “impressionante falta de interpretação” da imagem e da mensagem escrita na postagem visualizada por mais de 2 milhões de usuários da rede social X, assinada pelo chargista de esquerda Jota Camelo. E indicou a leitura do capítulo 23 do livro de Lucas, na Bíblia.
O trecho bíblico citado pelo MTST narra que a multidão preferiu condenar Cristo à crucificação, como se fosse um criminoso, a libertá-lo, após autoridades romanas constatarem não haver motivos para sacrificá-lo na cruz.
Veja as diversas reações à publicação do MTST:
Fonte: Por Davi Soares