De licença há seis meses, Marcos Rogério deve voltar ao mandato de senador mais bolsonarista do que nunca

De licença há seis meses, Marcos Rogério deve voltar ao mandato de senador mais bolsonarista do que nunca


Embora silente, até para não “atrapalhar” o exercício da função por parte de seu suplente, Samuel Araújo, do PSD, o congressista afastado inaugurará mais uma temporada de oposição à esquerda.

Porto Velho, RO – Após ser “massacrado” nas urnas tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições em 2022, o senador da República Marcos Rogério, do PL, pediu licença de suas funções ainda em dezembro daquele ano.

No seu lugar entrou o suplente Samuel Araújo, do PSD, exercendo o ofício de modo temporário. No interim, Araújo optou pela discrição, diferentemente do espalhafatoso Rogério.

Lado outro, o mais bolsonaristas dos políticos rondonienses recolheu-se inclusive no quesito rede social, onde costumava bradar contra os ditos impropérios da esquerda.

De lá para cá, levando em conta só o Facebook, limitou-se a veicular mensagens de Natal; notas de Pesar e exaltar Jair Bolsonaro, seu correligionário – óbvio –, especialmente no retorno do ex-regente do Planalto ao Brasil.

E muita água rolou debaixo da ponte para que ele tivesse a chance de apresentar seu parecer pessoal a respeito. Ao menos neste ponto ficou claro que Rogério preservou a distância entre seu entendimento pessoal das coisas e a figura política que poderia atrapalhar a condução do mandato por parte de Samuel Araújo enquanto membro do Senado Federal.

Marcos Rogério não teve opinião sobre o 8 de Janeiro; nem a respeito do Marco Temporal; nem sobre a vinda de Nicolás Maduro ao Brasil; nem tocou no assunto arcabouço fiscal; muito menos a respeito da reforma ministerial proposta pelo PT; nem sobre a cassação Deltan Dallagnol; e nem abordou os custos das viagens de Lula ao exterior.

Evitou também falar sobre as CPMIs instauradas.

Zero.


Foi a oportunidade perfeita para o político de Ji-Paraná sair um pouco de cena, porque apesar de tornar-se um líder excepcional na visão da bolha mais à extrema-direita, seus discursos exagerados também contribuíram às suas derrotas para o atual governador de Rondônia Marcos Rocha, do União Brasil.

Quanto mais radicalizada a prosa, mais nichado fica o postulante. E foi esse o caminho que Rogério decidiu trilhar ao abrir mão de uma personalidade política autêntica para se escorar à sombra do bolsonarismo, guarida que muito provavelmente tentará preservar em seu retorno.

Seu substituto seguiu com perfil parecido: ou seja, mesmo transformando-se em pessoa pública ao assumir o mister, Samuel Araújo não quis saber de “bola dividida” e ficou “na miúda”, especialmente acerca de pautas polêmicas.

No dia que resolveu tirar a “cabeça do casco”, apoiou a chapa dissidente à Presidência da Senado, encabeçada por Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte.

Foi derrotado no intento. Depois, sossegou. E foi isso.

Enfim, Marcos Rogério, o caricato representante rondoniense na CPI da COVID-19 – aquivalente a um Coronel Chrisóstomo, do PL, na Câmara dos Deputados –, está voltando, e mais bolsonaristas do que nunca. Com certeza também de olho nas próximas eleições, tanto dele próprio quanto de aliados.

E é isso que a população deve esperar do congressista mono-pauta: muita ideologia, pouco retorno prático ao Estado de Rondônia, levando em conta sua biografia como homem público até agora.

Entretanto, pelo bem da sociedade, é muito melhor desejar e esperar que seja mais proativo e bem menos verborrágico.


Fonte: Por Rondoniadinamica
Postagem Anterior Próxima Postagem